Águas Mil



No que sobeja d'águas Caim


E magos em prados e cutelos,


Até que um rio correndo


M'arrastou e despiu d’árvore ,


Me envolveu d’folhas ,


Protegeu do frio , no sobejo


d'fraguas fortes , caí protegido ,


Caíam de mim , arrastadas no borborejo


Da fonte e cresci defronte ela


(minha amante), a fonte era distante


Mas soube-me a sede.


Descobri-me dum pouco no mar semfim


O acordeão lânguido, ritmado,


Das ondas salgadas,


O saguão pintado,bruxelante,


Refúgio das horas fundas,


No sobejo de águas-furtadas


Jorge Manuel Santos


Jorge Santos

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