Sei o motivo



Sei os motivos das chuvas,
Porque o meu coração cala,quando ela pára,
Porque a minha respiração enfurece,quando ela galopa
Porque a minha pulsação cresce,quando m 'imola na rocha crua,
Quando receio a chuva e o frio,
Vento,e Irrompo descalço e nu p´lo espaço vazio,
E entrego tudo às chuvas,e ...de cheiros fortes encho o peito,
E, nestes cadernos, lavado em lágrimas me entrego ao delírio,
E aos amados motivos dos seios prenhes e d'águas doces planas.

Quando cinzelo de palavras, teu corpo de lama imerso
A sons perfeitos que malho a maço e martelo,
Sei do motivo das chuvas fortes,
E irei ao fundo do delta e ao cabo
Sem contudo conseguir "elegir o vibrato" certo
Que dilua a chuva avessa e fenda o granito
De tua face de sede e invento,
Sendo eu fogo e algemado ao intento
De te roubar por fora e por dentro
Como desterrado por ser tara, intruso e Elfo.

Sei os motivos das noites e dos dias
Mas sei tão pouco das tuas magias…



Jorge Santos
(2010/05)

Tear




Alguma coisa me chama “bem-vindo”
E em forma de halo ou anseio
Reúno-me na teia, nomeio
Os corpos magros e com eles m’afundo,

Tão pálido que nem me reconheço,
Na poça inunda à lua feia.
Alguma coisa vã me desafia,
Do poço sem vontade em que me fixo

E dele transbordaria se chorasse
Ou fosse destes ombros despojado
Como casta de gente que em mim cesse

E vejo a mestra do esconcavado
Tear como fosse vivo e falasse
Da rede morta que me vai cercando.

Jorge Manuel Mendes dos Santos
05/05/2010

tradutor

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