Veias do meu rosto




Correm lá fora, veias que desconheço eu,
Sem outro sentido para mim, senão os dos ventos
Que vêm e vão num sussurro de quem se perdeu   
Na distância, ouço-as por entre os maus pensamentos

E nos meus ouvidos amplos de paz e solidão,
Não me interessa outro ser por companhia,
Se nem conto tão-pouco com o meu coração,
Que me censura, em vão, desde o primeiro dia,

Não encobrindo o ar de desapontamento.
Se eu pudesse ter na vida, a alegria
Que têm as veias que correm lá fora, neste momento,
Até com os ventos corria e ria…ria,

Iria, desde o nordeste, até ao barlavento,
No entanto, sinto uma dor na nuca e um travo de boca,
Que se espalha pelos ossos todos e nas maçãs do rosto,
A dor que deve ter, (penso eu) quem a vida hipoteca,

Ou então alguém que, de bravio tem coisa pouca, quase nada...
Correm vidas lá fora que desconheço,
Poderá a alma que conheço, ser também levada,
Pró’além, de que falam e eu não conheço...não conheço ...

Jorge Santos (04/2011)

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