Quando me deito...


Quando me deito, é uma traição
Que faz a mim mesmo, o corpo,
Escrevo poesia pra não esquecer de pensar,
Como se fosse este, dum outro,

O pensamento. Esqueceria o eu, de qualquer modo.
Se escrevo de dia é pra não esquecer
Coisas que esqueceria
Doutro modo, sendo noite,

Poder-me-ão,
Roubar deitado

Deitando-me, eu morro um pouco,
Porque dormir é não pensar,
Deitado roubo do sonho o pensar
Come se fosse o pensar d’outro

Quando me deito é uma traição
Que faz a mim mesmo, o corpo.

Jorge Santos (04/2013)

tradutor

center>

Arquivo do blogue