Sem glúten




Sem saber escrevo,

Escrevo um poema
Por egoísmo e louvor
Do eco, exaltação do eu,
As frases saem de dois

Chinelos sem pés,
Que uso amarrotados
E impuros, assim
Me sinto cúmplice

Das pernas, que sem saber
O coração comanda
Por compaixão,
Escrevo um poema,

Cor do “memo”,
Que se apega,
Sem pregos, no desmedido
Nos olhos,

Da cifra sem explicando,
Nem rara ou mística
Cara, sabida.
Às mãos sussurro

Juras de vaidade,
Difíceis de comprar,
Não tolero críticas,
Condeno as flores,

De estarem decorando
Como a gemada, o prato
Ou a fome ,embora
Nada pense por mim  próprio,

Sem que me abasteça,
Das frases arrancadas,
A rótulos de leite
E iogurte, sem glúten

Sem sabor ...



Jorge Santos (23/03/2015)
http://namastibetpoems.blogspot.com

Dentro de nós, outros...




Dentro de nós,

Dão-se casos de vidas serem validadas
Por nós-outros, como que por acaso,
Conhecemos ao-caso todas as coisas
Que logo dependem de nós, nem saberíamos

O que eram, caso deixassem de ser,
Nem descobrir sob a casca da realidade,
O tal lume, donde se extrai a fantasia
Que pode ficar escondida o tempo todo,

Por indiferença uns aos outros ou então
Por negligência de mau atleta ou estafeta
Pouco Olímpico. Dá-se o caso da vida
Ser imperecível, nos que a desdobram

Sob a pele e o motivo do outro afirmam
Alto e bom som, da vontade de sermos
Unidos nos momentos felizes ou difíceis.
O que me inquieta é o que não dou conta

Que existe e o que faz com que não saiba
Ou sinta eu, que possa não reinventar o sonho
Dez mil milhões de vezes ou mais,
Sem ser demais o que somamos dentro


De nós, d’outros.




Jorge Santos (24/03/2015)

Http://namastibetpoems.blogspot.com

tradutor

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