Segmentos derosa ...






Adicionei à minha colecção, 

Da boca as que disse boas
E não digo já, a que valia
Por dois, das ouvidas da rua

jamais quero tê-las na 

Mesa, cabeceira da opinião
Generalista como prova
Que não sou louco

De fora pra dentro,

Prefiro as que substituem 
Pequenas impressões
Como seja dizer nada

Sendo o que me agrada

No crepúsculo a adição 
Do que é grande e fácil
De meter pelo pescoço

Adicionei à minha colecção

Certos segmentos
Sinónimos de bocas sorrindo
Senão flor,caule,

Será isso que estou sentindo

Na boca, as que disse
Boas, normal você não dizer
nada...




Jorge Santos (03/2016)

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Por uma outra ...









E eu deixei meus olhos 
Sobre a mesa, que são
Doze a contar do centro,
Os meus dedos que dizem

Quem sou não, pauso
A minh'alma na pele
E admito ter deixado
De morar em mim

E morro no que deixei 
Por entre os dedos,
Ou seja um amor inteiro
Por habitar, suponho

No centro que a mesa 
Tem, um céu doce...
Doze olhos meus
Que deixei no campo,

No entanto, a contar
Me perco e na pele 
Dos seios seus serei
Boca, Onde deixei

Meus olhos não ando,
Nem mando este 
Coração lá passar, 
passando no que sinto

Por uma outra,
Uma-outra-mesa
Ou tampo antigo
D'altar...







Jorge santos (0372016)







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Tudo o que pudesse ter sido eu não ...




Tudo o que pudesse ter sido eu não fui,
É preciso achar querer ser coisa
Alguma, para outra uma coisa ser sendo
Tudo o que quis foi aprender a ter
Uma coisa qualquer, um coração

Que foi e deixou de ser, tivesse-o
Antes de o pensar, tê-lo-ia esquecido
E procurar tê-lo antes de o achar
Duvido, se o fixar ou deixar abalar pra um
Qualquer lado, menos no meu peito

Que falta e ao encontro que o fez 
Parar ontem depois e amanhã ao meio-dia
Em ponto, tivesse eu posto relógio
No pulso, não o tivesse esquecido
Na cabeceira da cama, na mesa

Tudo o que ele tivesse sido, eu não fui
Ao encontro e perdi tudo quanto 
Me doi ter porque não tenho, nem coração
Nem peito, sou uma incompleta coisa
Nenhuma se alguma coisa fui

Foi pretexto, numa mão tinha o futuro,
Nas minhas duas lembro o então 
E o movimento com que moldo
E torço o peito ao tentar dar
Um nó solto ao fio com que falo,

Não ao que vai de mim tão pouco,
Entorto-me como uma colher
Tanto, não faz sentido o que teimo
Haver no fundo e colhê-lo não
Do covo, mas do cimo e da borda,

Deselegante o que tento dizer, 
Extingo o que se distingue ao apontar
Um dedo da mão que tudo vê
Surpreendente é o pouco que sinto
E esquecer no momento de prever

E ser ultrapassado pelo que quero 
Dizer ao atacador do sapato esquerdo,
O que eu sou ao tal adivinho bruxo,
Dando corda ao relógio de pulso,
Tudo o que pudesse ter sido eu não,

Sou uma rasa, incompleta coisa...



Jorge Santos (03/2016)
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Janela de sótão








Janela de sótão

Chove sim, Nada demais,
Aqui vivo dentro de mim,
Pois aí não chove, apenas
Adoço e colho a sensação que 

Ouço da janela, como uma
Súplica de quem chama
Assim por mim, sem querer
Coisa alguma, apenas chover

Certo, assim sem sossego
E sem parar,chove sim,
Nada mais que chuva, a chuva
Cai-me da mão, fria desolada

Cai no meu coração faz tempo,
Um conveniente vão abriga 
Minh'alma, ind'agora lá fora 
Chamava meu nome e chiava

O vento suplicando, agora 
O que ouço é apenas chuva,
Dessa que adoça ao chover 
A sensação de gostar tanto

De viver dentro do vão de
Sótão à janela, abrigado do
Vento que ind'agora chiava,
Chamava chamando p'lo

Meu nome e agora nada,
Ouço da janela apenas uma
Súplica lavada que clama
Assim solta, sem m'inspirar

Coisa alguma, apenas chover,
chover, chover mais nada...



Jorge santos (02/2016)
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tradutor

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