Águas Mil



No que sobeja d'águas Caim


E magos em prados e cutelos,


Até que um rio correndo


M'arrastou e despiu d’árvore ,


Me envolveu d’folhas ,


Protegeu do frio , no sobejo


d'fraguas fortes , caí protegido ,


Caíam de mim , arrastadas no borborejo


Da fonte e cresci defronte ela


(minha amante), a fonte era distante


Mas soube-me a sede.


Descobri-me dum pouco no mar semfim


O acordeão lânguido, ritmado,


Das ondas salgadas,


O saguão pintado,bruxelante,


Refúgio das horas fundas,


No sobejo de águas-furtadas


Jorge Manuel Santos


Jorge Santos

Odin

OUTONO








Furioso, Odin levanta a vara que o ampara
E lança o feitiço apontando o espaço
O ar cresce de negro, rastilha o trovejar disparando raios
Em todas as direcções, às cegas.


Nas pregas da serra arde a urze e ilumina a cena
Que orquestra o mago.
Na recôndita vila maldita cantam os galos pretos
A lenha crepita e irrita os olhos defumados


E ajeitam-se os alhos em galhos e varais nos vãos portais.










PRIMAVERA






Amainado o vento, Odin pousa a vara que o ampara
Faz refulgir os pântanos infectos, derrota os vândalos
E os profetas da desgraça, dá asas alegres às borboletas
Harmonia às trombetas de guerra.
No castelo de Montsegur ressuscitam os bonshomens
Tudo é verde no mundo dos Cátaros


Odin regressou no ramo verde e no rumo dos bravos, dos pássaros e dos patos
Que grasnam e voltam sempre ano a-seguir a ano.




Pr’a ficar furioso de novo no Outono






JORGE SANTOS

Caravelas Pandas



O cheiro que tinha um dia o próprio vento.
Esse cheiro que o vento traz e diz saudade,
No despertar da Esperança, ao fim e ao Cabo
Pressente-se o regresso das caravelas inchadas,
Sentindo mais pesadas as perdas nas ondas pandas prenhas.


Dulce, sentada na areia,
Demora-se, ansiosa, espraia,
Folheia um livro de poemas,
Sentidos. Dos olhos,
Amêndoas de sereia
Derrama sal, e saudosa,
Espreita nas ondas e nas conchas
O som cheio no vento trazido.
Ele era um soldado
Embarcado, desgraçado,
Desterrado nas naus
Pelo alcaide-mor,morto.


A jovem Dulce, prenha espera
E desespera a chegada
das caravelas inchadas,
com um orfão nas entranhas.
estranhas vindas e idas das caravelas pandas.


Jorge santos

A oliveira torcida


A oliveira.


Retorceu-se e revirou-se,
Tinha Consciência do pressagio,
Tão só ficou no monte vazio,
Longe da villa e das gentes,
As terras eram lavouras grandes,
Os campos transformaram-se,
Veio então torcido o vento grosso,
Empurrou-a pelas folhas,
E pelo tronco outrora forte,
Abanou-a como vassoura,
A raiz teimosa gemeu,
Mas não cedeu,
A chuva pesada veio, levou tudo,
Os grandes trigais por ceifar,
E as oliveiras com ela,
A terra ficou mais cinzenta,
E as noites nos lugares de casas,
Mais negros, negros nos rostos
E nos pratos rasos,
Sem mais azeite,
As candeias às avessas,
Com as oliveiras nos montes.




Jorge Santos

Bonfim



No fim da Alameda do Bonfim,tem uma vereda,na entrada morreu parte de ti,mas foi a parte que não conheci,a outra escondi...só pra'qui vir todos os dias..chorar na tua frente.


Jorge Santos

D'azur







Lá da Quinta do Parnaíso


Lindas, aprazíveis, ocultam


Por despido sorriso
Tons raros anil repétulas
Sortilégio d’enfeitiço
D’ázur infinito e pérolas
Adiei verbos despedir ,
D’mais outonais,
Por crer ver-te florir,
Pr’aí p’los quintais,
Ai,Ai flores d’azur Ai,ai.




Jorge Santos

Barc'azul.




Barc’azul








Sonhava navegar de azul,


No barquito ali do lado,


Cavalgar brancas cristas,


Ser Surfista de muitas praias,


Quando corria, pl’as ameias


De passageiros castelos ,


Construidos de leves areias,


No vai-vem ,nas ondas


Dos mares , norte e sul,


Feitos e refeitos em utopias.


Sonhava mudar tudo,


Ser um che-Guevara barbado,


Hasteando rubras bandeiras,


Gritei“Revoluçion ó muerte”,


Mas ,metade de mim, ficou


No barquito azul sonhado.






Jorge Santos

Torto retrato meu/seu.



Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.




Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos

Joel Matos

Torto retrato meu/seu.




Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.




Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos

Joel Matos

Procissão de fé.



Acalento, aromas de romãs e flores,
Crentes de processionais andores,
Prostíbulos cerram meias portas,
Na travessa dos senhores doutores,
De rendas e cabeças cobertas,
Demoiselles ejectas e escorridas,
Suas excelsas filhinhas,
Miram de soslaio, o belo e jovem pastor,
A procissão anuncia-se com o estridor,
Dos foguetes na praça da igreja,
Chiiii …Chibum …chiii…bum…bum,
Sinos repimpam, rebitem tlin/tlon…tlin/tlon
Assoma o andor á porta e todos se dobram,
Logo emerge o sacristão, jactante na multidão
Seguido do Padre, nariz grande cor de cereja,
Já com as hóstias na bandeja e as velhas no beija mão,
Segue-se a ralé, vindos de longe, a pé,
Pois os cavalos, só se permitem aos senhores,
E assim, segue a procissão de fé,
Até ao cair de noite, perdendo-se no rufar distante,
Distante, dos tambores…


Jorge santos

Frágil...Frágil.



Por vezes, dou contigo,
No umbral da porta,
Fixando as estrelas,
Ouço-te perguntar,
Se há vida aí fora,




Se abrimos aqui Pandora,
E a caixa dos medos,
(dizes, de olhos largos)
Há que a fechar agora,
Antes que seja tarde.




Ouço-te perguntar,
A razão do ódio
Que mata por matar,
Fácil, frio e doentio.




Não respondo ágil,
Apoio, na pedra do postigo,
A cabeça e Penso comigo,




Que humanidades estas,
Capazes, por pura vaidade,
Colonizar outros planetas,
E incendiar esta frágil “TERRA”.


Jorge Santos.

Eva doce.



Cheiro a Eva despida,
Vara Verde
E erva cortada,
Recente,
No jardim da frente,
Do prazer…


Cheiro a Eva Suada,
Molhada
E quente,


Rebolada , nua
Na relva ,
Pele rosada,
Ansiando
Ser tocada.


Quando, enfim
Se funde,
Névoa e madrugada,
É vê-la deitada ,
De costas, nas rochas
De qualquer costa,
Enseada.


Eva amada, sem frio,
Nas noites de lua quente,
No areal, à beira rio,
E em todo o lado,
Por toda a gente.


Sempre Eva, satisfeita….


Jorge Santos

Parido..



O lápis Partido,



Não, não se vende mais, se dá,
Mas somente a quem o agarra,
Mente, sim, para ter atenção,
Enrosca-se e transforma-se,
De víbora anã, em imensa Boa,
De acto inacabado, parte e voa,
Igual a negro Dragão alado,
Fugido ,da prisão ,de mil anos.


O Lápis partido


No pântano perdido, submerso ,
Até bem perto ,do umbigo,
Amaldiçoa, rosna e maldiz,
Tudo o resto ,que não versa,
Protesta cada raiz, trespassa-o,
Pelo nariz, a vaga mandrágora,
E um universo brilhante ,de pirilampos
Vivos ,nos cabelos feitos de limos.


O lápis partido…O lápis…parido

Jorge Santos

Chic...



Chic vai ,chic vem,
Mostra-te bem,
Sua vaidosa,
Pinta-te, com baton
Cor-de-rosa,
Usa Perfume bom.
Finge-te difícil.


O Chip-chap do vestido,
Na galeria do shoping,
Soa ao lençol de seda
Esta manhã rasgado,
Por aquele que ao teu lado
Dormia, Quem seria?
Não sabes?
Fui eu ...

(Jorge Santos)

Porta Fora...


Silêncio e escuridão ,
Porta dentro,porta fora,
Algo caminha,lento,nesta rua,
Alguém que brada e chora,
Abro a porta ,a medo,
Porque na porta ao lado,
Outro eu o ignora,
Sou eu que entro,
Porta dentro,porta fora:
-Ha alguem aí dentro,
Grito e brado:
-alguém que me ignora,
Afinal sou só eu ,
Porta dentro porta fora,
Quem brada e chora.
Sou o único que aqui ,
Nesta rua,mora.

Joel Matos

Porta Fora...



Silêncio e escuridão ,
Porta dentro,porta fora,
Algo caminha,lento,nesta rua,
Alguém que brada e chora,
Abro a porta ,a medo,
Porque na porta ao lado,
Outro eu o ignora,
Sou eu que entro,
Porta dentro,porta fora:
-Ha alguem aí dentro,
Grito e brado:
-alguém que me ignora,
Afinal sou só eu ,
Porta dentro porta fora,
Quem brada e chora.
Sou o único que aqui ,
Nesta rua,mora.

Joel Matos

Sete Mares,Sete Cais...



Sete luas navegando,
Sete mares sem rosto,
Sete estrelas traçando,
Sete destinos sem rasto.


Perdidos em lendas,
Linhas de horizontes,
Ondas e sereias
Cantantes.


Perdidos, nós,
Sem alma,
Naufragada…e voz,
Cansada,que chama:


- Navegantes,
Onde estais,
Que luares e lugares
Navegais…




-Que
Cego nevoeiro vos dissolve
-Que
Cega Cruzada vos envolve
-Que
Cego sino ouvides tocar:


-Por Sete noivas vazias,
Sete campas viúvas,
Sete colinas…
Sete vidas
Perdidas…
Sete cais.

Jorge Santos

Os Anjos


Meio altos ,meio magros
Pairam, pálidos, no ar…


Hoje soltaram-se das sombras,
Transformam-se as máscaras
Hoje tempera-se a sal
Caldeiras infames,
Calam-se as bruxas…


Entrega-lhes este bilhete,
Diz-lhes que estou aqui,
Conta-lhes que me perdi
No nada ,na sombra,
No limbo transparente,
Já não choro,
Já não grito,
Morri por dentro.


Meio altos, meio magros
Pairam ,pálidos…e eu vou…
Não sei para onde …

Jorge Santos

Paranoia...



Sob as pimenteiras doces
Dançam velhas, soam tambores,
Crescem raízes, longas como
Cabelos e me roçam manso,
Perfuram-me, não um ramo,
Mas dez dedos espetados,
De outros tantos, Santos mortos,
Que lançam lanças certeiras,
Fogo quente e fogueiras
Neste corpo cru de dores.

Jorge Santos

Chuvas de Verão



Na tua gaveta
Estão as coisas simples
As pétalas e os orvalhos


Na minha
Estão as coisas dela
Juntos ao meu vaguear


No teu tapete
Estão as minhas pegadas
Fugazes


Nas pegadas dela
Odores de flores
De Maios


No teu castelo de areia
Passo devagar
Para te não acordar


No meu forte
Sou o teu troll
Bem real


Na tua gaveta
Estão os aguaceiros
Na minha
As enxurradas.



Jorge santos

Mar Salgado...Lágrimas de Portugal.


Urgente é inventar, outra forma
De voz, de pensar forte, alto,
Mais que em outra revolução,
Mesmo a de pernas para o ar,
Sacudir o pó da bandeira,
E seja sem aquele futebol.


No Salgado profundo verter,
Menos lágrimas por Portugal,
É pensar urgente num novo poema.

Jorge Santos.

Passageiro do Tempo.



Fui Amanhecido de lençol madrugado,
Junto ao rosto, amanhado com suavidade,
Candeeiro de petróleo e "Petromax",
Sons feitos de luz mais ventos em salgueiro.


Não nascera ainda “Ali” o génio da lâmpada,
Na pequena casa feita de mãos e estórias,
Onde o Toiro ainda era muito Azul,
Aqui ele tirava-a sempre de uma orelha
E estendia-a à sombra da torre do castelo,
Era uma toalha de mesa, já com banquete.


Em "vespa" e "Datsun 1.200" viajei de amarelo,
Odisseias,por Alentejos de serras
Próximas e cheiros,de varios fumos.


Em frescos Chãos de terras batidas,
Casas grandes,de uma divisão e chaminé,


Fui,mais um,passageiro dos tempos.

Jorge Santos

Irra.


Irra, que é demais
Um gato no telhado
Perseguindo dois pardais,


Irra ,que não aguento,
O cão do vizinho,
Pequeno e barulhento,


Irra, que estou farto,
De eloquência gratuita,
No beiral e no prato,


E o gato fedorento,
No telhado de zinco,
Dois pardais piando,


O falar por falar,
E o fazer fita,
Da criança ao colo,


Irra, que não aguento.
Faltar pedra na calçada
E conversa desenfiada.

Jorge Santos

Firenz a zura.


Toscana Bella
Todda , Dantte
Vaidoso,Payss age pintallgado,
Nada Toscca ma bella,
Livre colina rolada,
Flor,essa aguarella,
Médicci Renasc ida,
planíccie D’Arno
Vecchio Ponte.




Jorge Santos

Ser...



Como eu gostaria de ser...poeta,
Pintar com os
pincéis da indignação,
Louvar os Homens com devoção.
Como eu gostaria de ser...apaixonado,

como só os poetas o são,e
Tornar d'um sopro,a imaginação
Num vento desenfreado,...
Como eu gostaria de tocar
O vazio que em mim sinto e respiro
E transforma-lo em ouro puro
Apenas para vos dar..dar..


Jorge Santos

Miopia ...


Balthasar de Hirabia

Para ouvir o som dos desertos
Ele Deixa para trás de si
O inferno das cidades cinzas
Vê , as estrelas imensas nos

Cosmos , calmos ou violentos,
Balthasar sente,de Hirabia
Constelações de cimentos,
Sucumbirem, noite e dia,

Perante os olhares abertos,
Plenos de paz e sabedorias,
Céus, de azuis ficar cinzentos,
A cor das Humanas miopias

Mas morre velho e feliz porque
Viu estrelas com que sonhou
E partilhou naturezas despidas
Com as livres raposas famintas

Balthasar de Hirabia
ouviu o som dos desertos.


JORGE SANTOS

Esta arte...

Esta tarde, tarda,que me enfraquece,
Este Corpo cansado,que me amolece,
Esta Mancha de sal teu,que me esmorece,
Este Vento morno,que me adormece,
Esta Noite lenta,que me não amanhece,
Este Zunir zombo,que me não desaparece,
Esta Causa injusta,que me vence,
Este Amanhã malhado,que me não esquece,
Esta Mão fechada,que me não quer,
Este Vazio gelado,que me enlouquece,
Este Rosal lavado,que me não floresce,
Esta Exclamação brotada,que cresce e me enfurece,
Estes Silêncios de tudo e nada que mexem e
Estas Dunas e esses corpos em que me sinto rebolar e
Essas Malícias onde os meus olhos vão namorar,
Nesta Tarde que tarda,nesta arte....


Joel Matos

Esta arte...

Esta tarde, tarda,que me enfraquece,
Este Corpo cansado,que me amolece,
Esta Mancha de sal teu,que me esmorece,
Este Vento morno,que me adormece,
Esta Noite lenta,que me não amanhece,
Este Zunir zombo,que me não desaparece,
Esta Causa injusta,que me vence,
Este Amanhã malhado,que me não esquece,
Esta Mão fechada,que me não quer,
Este Vazio gelado,que me enlouquece,
Este Rosal lavado,que me não floresce,
Esta Exclamação brotada,que cresce e me enfurece,
Estes Silêncios de tudo e nada que mexem e
Estas Dunas e esses corpos em que me sinto rebolar e
Essas Malícias onde os meus olhos vão namorar,
Nesta Tarde que tarda,nesta arte....


Joel Matos

Mira,Voltei,Sedento de Brumas...





Mira, voltei sedento de brumas verdes,
Trigos ondulantes, luzindo ao dia,
Nos ventos fortes, de frente e través,
Que, do mar, em cima,sopram, de rebeldia,

Vi -os,escorrer nos horizontes, amei
Ocasos, em nascentes de fontes, porém,
Se Julgo, me Perdi, para sempre, de ti,
A minha vida, não vale, sequer vintém,

Prefiro, todas as cores, teu rosto
Envelhecendo, da alfombra ao lado,
Mau hálito, a maçada no prato,
Num,constante rumor rombo, estragado.

Ver, contigo partilhar, o olhar feliz,
Outro, bem mais triste, macambúzio
(Que, em causas de gente sou aprendiz),
É bem mais difícil, que correr mudo.

Sentir as neblinas, como uma bênção,
O vento norte, na cara, em rajadas,
Mas, no regresso, quero ter, da tua mão,
Simplesmente, Carícias apaixonadas.


Jorge Santos (
TranshAmante)

Aresta de Faca.


Gume de Canivete Suíço.

Um Vale Formoso cobre
O breve Gume da Montanha,
Desfilas nele, deslindas,
Desdobras planícies abaixo .
De golpe cortas torrentes ,
Em topo e em canivete,
Por de entre claridade e treva,
Vagas mestras desbravas,
Crestas obtusas. És Malabarista,
Dum Corpo todo teso, indefeso
Em temor contigo, de concreto
Vais a medo cair de ilharga
Num absurdo destino branco,
Em vão de escada incerta.


Jorge Santos

O alucinado.

Vem, Alucinado e demente,
Passeemos de algemas postas,
Miserável pedaço de gente,
Por todas as mais tortas ruas.


Pensa quão tolo tu foste,
Creres, nas próprias istórias,
Vem, dá mais um passo em frente,
Reles e repugnante, tresandas,


Mostra quem és a toda a gente,
As tuas verdades são falsas,
Teu coração nada já sente
E queimaste as pontas das asas.


Sonhos ao desbarato verteste,
Aí fora, a todas as portas,
Vem, Alucinado, demente,
Pelas mais tortas destas ruas.

Jorge Santos

Teresa Bom-Dia

Teresa Tardia de pano cru... Teresa Baldia...


Eterna Teresa, bom dia,
Bons olhos te vejam nua,
No jardim do meio-dia,
Do Atlante, demais crua.


Teresa branda, de dia bom,
Em noite de fobia, só,
Sorrindo muito, de bom-tom,
Dos outros,não tenhas tu, dó.


Um Bom dia, Teresa brava,
Balouçar de ramo verde,
Olhos de água , na chuva,
Chaleira que nunca ferve.


Teresa Tardia, bom-dia,
Brava Teresa, dia bom.
Teresa Baldia....




Jorge Santos

Presente de Transhumante !

O meu presente:


Luv You ofegante,
Dito de Súbito, privado.
De actor deselegante e Público,
Com voz de Olifante, potente,
Bem alto, demente e Embriagado,
Bandoleiro , barbudo sem Juízo,
Autobus Fabuloso , desenfreado,
Amante,transhumante,
Love you , como beijo sonoro,
De quem se sente , Adolescente.
Apenas isto…
Te trago de presente…
Luv u ....



J.Santos ( Transhumante )

Chanson De Roland

Rolan en Aragon


Brancas flores, inundam o quarto,
Caem, em seu flanco, de manso,
Alastram-se, pelo jardim repleto
De fontes, em um constante repouso.


Sobre estátuas, a chaves fechadas,
Vagueiam, Corações de cristais,
Retinem melodias, sonorosas
Avenas, ditonias de jograis.


Roland D’Orreaga, brutal Luziade,
Aragon, Orion, Francia je t’aime
Pirinoak, mes pays lointaine,
Bascos? Sem dúvida, com verdade.

Jorge santos

Acrónimo Momentum.


De seu espavento,
Em Desleixo des tornou.
Bocejo d’morto,em
Lençol de linho,
Malfadado, definha.
Detestou… e até Atei,
Eu Era…
Moreau rei,
Que nem d’esfinge.
Rasurou Morfeu,
Derramou bemóis.
Em campus da derrota,
Dos filhos do Homem,
Já peçonha não vendo.
Parto d’aqui sem glória.
Ele disse...
Num momentum,
Como vim parti.
Agora….


Joel Matos

Acrónimo Momentum.



De seu espavento,
Em Desleixo des tornou.
Bocejo d’morto,em
Lençol de linho,
Malfadado, definha.
Detestou… e até Atei,
Eu Era…
Moreau rei,
Que nem d’esfinge.
Rasurou Morfeu,
Derramou bemóis.
Em campus da derrota,
Dos filhos do Homem,
Já peçonha não vendo.
Parto d’aqui sem glória.
Ele disse...
Num momentum,
Como vim parti.
Agora….


Joel Matos

Par de Tons.

Será…
Fantasya…
Inventar…
Vasto Mar…
Secreto…
Um, ele, só…
Par de tons…
Toranja…
Cereja…
Criar sons…
Mar Sol…
Verde, Anil…
Amarelo…
Luar…
Imaginar…




Jorge Santos

Memorar de Aflhitos.




Hereges Hirtos,


Clamores de probos cita,
Brada nos Claustros,aflita.
Por Hiatos vagos…vagos,
Ecoa penhores Hirtos,
Entoa Memorar de Aflhitos.

Joel Matos

quem sou...não sei



"No meu proprio caminho me atravesso" ...(pessoa)
já não sei d'onde'estou...
e quem sou,muito menos,
joel Matos...não,não é aqui que pertenço,
vejam prá'í fora, se'tou...se vou,
por'd'onde pertenço
ou se d'onde pertenço, sou...

Joel matos (por ele proprio)

quem sou...não sei




"No meu proprio caminho me atravesso" ...(pessoa)
já não sei d'onde'estou...
e quem sou,muito menos,
joel Matos...não,não é aqui que pertenço,
vejam prá'í fora, se'tou...se vou,
por'd'onde pertenço
ou se d'onde pertenço, sou...

Joel matos (por ele proprio)

Gladys

Gladia…
Gladia , conselheira,
Sorriso , de Fada boa.
És Gladys , a Confessora,
Prima , vera eLegia.
Eus , Amores d’escola,
Pra’Sempre , e d’ in’dagora.


Teu Discípulo D’ Sempre….Pra’Sempre.
Jorge Santos

O Mero !

Do Bócio nasce a dobra,
Em cachola de Neru , na
De Lúcio, cresce prega
Do. a mar dos silêncios.
Pargo é de quem dá berro,
Palavrão, por mais não ,
Querer partir dez-a-ventos.


Jorge Santos

D'ele na pagina ...

"No meu proprio caminho me atravesso" ...(pessoa)
já não sei d'onde'estou...
e quem sou,muito menos,
joel Matos...não,
não é aqui que pertenço,
vejam prá'í fora, se'tou...
se vou, por'd'onde pertenço
ou se d'onde pertenço, sou...

Joel matos ( d'ele próprio )

Graffiti amarelo

Amo-te Vanda,
Incontornável
Curva, estrada
Na casa papel,
Mensagem dada,
Apaixonada,
Sabor infidele,
Recém pintada,
Não de bisel,
Tu, e.. Ou nada,
Toque de pincel,
Vanda-lizada
Frase cor-de-mel,
Exacerbada.


J. Santos por ele proprio.

Um olhar do Lado Escuro e Calado...


Olhar do Lado escuro e Calado


Modigliani, Pobre Modigliani,
Também tu te sentes nos lados escuros.
Bem tento, … todas as dores já misturei,
Sim, … Já demos fortes cornadas nos curros,
Pincelamos as canções que já chorei
Não mereço já a terra dos sonhos,
Já Que minha já é…, só por testamentos
Agora e Ate ao dia do final juízo
(pois se) …
Nem o espaço que ocupo por momentos
Me pertence, … descansa no paraíso
Modigliani ….Finalmente.




De Teu amigo do fundo,… Joel Matos.

Um olhar do Lado Escuro e Calado...


Olhar do Lado escuro e Calado


Modigliani, Pobre Modigliani,
Também tu te sentes nos lados escuros.
Bem tento, … todas as dores já misturei,
Sim, … Já demos fortes cornadas nos curros,
Pincelamos as canções que já chorei
Não mereço já a terra dos sonhos,
Já Que minha já é…, só por testamentos
Agora e Ate ao dia do final juízo
(pois se) …
Nem o espaço que ocupo por momentos
Me pertence, … descansa no paraíso
Modigliani ….Finalmente.




De Teu amigo do fundo,… Joel Matos.

Secreto

Secreto Degredo


Chegado o dia da matilha,
Alvejado, O Demónio cede.
Rachado na hora, O parido
Torna-se no arco que já teme.


Olhos nos olhos fita a fera,
Avança com a mão em riste,
Só ofuscante luar encara,
Manchada a seu sangue quente.


Não passa de mais um reles
Conspirante acossado, traído.
Simples tumulo no meio deles,
Desterrados dos barcos sem mito,


Sem leme, sem mastro e sem quilha,
Rasgando as infectas feridas,
Num mar desfeito destas lágrimas,
Sem ida, nem fundo nem partilha.

Joel Matos

Secreto Degredo



Chegado o dia da matilha,
Alvejado, O Demónio cede,
Rachado na hora, O parido
Torna-se no arco que já teme.


Olhos nos olhos fita a fera,
Avança com a mão em riste,
Só ofuscante luar encara,
Manchada a seu sangue quente.


Não passa de mais um reles
Conspirante acossado, traído,
Simples tumulo no meio deles,
Desterrados dos barcos sem mito,


Sem leme, sem mastro e sem quilha,
Rasgando as infectas feridas,
Num mar desfeito destas lágrimas,
Sem ida, nem fundo nem partilha.


Joel Matos

Secreto Degredo



Chegado o dia da matilha,
Alvejado, O Demónio cede,
Rachado na hora, O parido
Torna-se no arco que já teme.


Olhos nos olhos fita a fera,
Avança com a mão em riste,
Só ofuscante luar encara,
Manchada a seu sangue quente.


Não passa de mais um reles
Conspirante acossado, traído,
Simples tumulo no meio deles,
Desterrados dos barcos sem mito,


Sem leme, sem mastro e sem quilha,
Rasgando as infectas feridas,
Num mar desfeito destas lágrimas,
Sem ida, nem fundo nem partilha.


Joel Matos

Seda Negra



Negra Senda


Lanugens de jovem alfombram cadências de pele acastanhada e levemente rosada, evolucionam gradualmente e finalizam em deleitosos montículos ,que se elevam tesos em amendoim tostado. Melindrados, permitem-se intumescer do toque subtil dos lábios. Pelo menos na febril imaginação de Joel repassava esse sentimento.
Procedendo da elegante linha ,formam delta bem negro, num profundo , algo intangível lago de onde se ausentam longas pernas em seda negra luzente.
Toda uma elegia voluptuosa enquadra o delta, onde um vórtice umbilical se espraia em harmonioso declive.
Deslumbra-o o corpo posado da modelo e deixa se voar num cosmos paralelo de culpas e musas, negras sendas e encarnações de jovem.
Aqui e além surge já uma penugem mais densa, estende-se progressivamente ao fundo do lago e outra linha labial carnuda assoma debaixo, ladeia e distingue-se suavemente de um montículo rígido ,mais claro que o culmina.
Em cada evolução gestual sente-se equilíbrio , o corpo desfila num sem fim sensual de ténues curvas magnificamente produzidas em tons de seda prata.
Longos fios, como cascatas em torvelinho ladeiam um rosto discreto de voracidade branda.
Sons macios a seda e cetim dispersam-se pelo silencioso ambiente ao menor movimento.
O Colo elevado e levemente inclinado ,permite que a catarata de cabelo repouse sobre um dorso modelado e enlaçe com as nádegas fixas do corpo negro e delgado da modelo.


Do lado mudo do quarto Joel extasia-se sem palavras.
Nascido ataviado em noite de agonia, sem guerra e gloria Joel Matos.
Hei-o

Seda Negra



Negra Senda


Lanugens de jovem alfombram cadências de pele acastanhada e levemente rosada, evolucionam gradualmente e finalizam em deleitosos montículos ,que se elevam tesos em amendoim tostado. Melindrados, permitem-se intumescer do toque subtil dos lábios. Pelo menos na febril imaginação de Joel repassava esse sentimento.
Procedendo da elegante linha ,formam delta bem negro, num profundo , algo intangível lago de onde se ausentam longas pernas em seda negra luzente.
Toda uma elegia voluptuosa enquadra o delta, onde um vórtice umbilical se espraia em harmonioso declive.
Deslumbra-o o corpo posado da modelo e deixa se voar num cosmos paralelo de culpas e musas, negras sendas e encarnações de jovem.
Aqui e além surge já uma penugem mais densa, estende-se progressivamente ao fundo do lago e outra linha labial carnuda assoma debaixo, ladeia e distingue-se suavemente de um montículo rígido ,mais claro que o culmina.
Em cada evolução gestual sente-se equilíbrio , o corpo desfila num sem fim sensual de ténues curvas magnificamente produzidas em tons de seda prata.
Longos fios, como cascatas em torvelinho ladeiam um rosto discreto de voracidade branda.
Sons macios a seda e cetim dispersam-se pelo silencioso ambiente ao menor movimento.
O Colo elevado e levemente inclinado ,permite que a catarata de cabelo repouse sobre um dorso modelado e enlaçe com as nádegas fixas do corpo negro e delgado da modelo.


Do lado mudo do quarto Joel extasia-se sem palavras.
Nascido ataviado em noite de agonia, sem guerra e gloria Joel Matos.
Hei-o

Pé de Atleta

Diz-me , vá; se tenho de escolher entre
Vigoroso pé de atleta ou mero poeta
Cabisbaixo ou disléxico, só e pateta.
Escolhe diabo a mim é-o indiferente.


Nado com fé não alcanço mensagem,
Desisto brevemente torno à margem
Mais verde, sã, vitalícia e Prazenteira,
Não esta, só, vã, dolorosa e estrangeira.


Diz-me , vá; se vales tu , teu dinheiro,
As tuas mil e uma acções em papel,
Ou aquela crescente sinfonia, Ravel
Que não me engane se for o Bolero.


Corro demais até o coração parar,
Não que queira ter corpo el grecco
Sim por ouvir-me melhor a pensar
De tentar alcançar correndo,o eco.


Em Movimientos, compassos danço
Nem me importo se faço má figura
olha o velho,dizem eles com ternura


J.Santos

Regresso das Caravanas

Regresso de caravanas, no deserto,
Amado chá doce menta ,dormente,
Lamenta as memorias, daqui perto,
E faz soar galope trote de viajante,


Calcorrear as estepes Imensas,
Montanhas e os Lobos uivantes,
Sentir vivos Ventos, curtas asas,
Tornai a mim ,Clamor dos Orientes,


Deixai-me perder por destras estradas,
Por estas ,de cá e de a trás dos montes,
Nas manhãs, de orgias e as alvoradas,
Tisnadas de fogos-fátuos e horizontes,


Aqui vos deixo ,verso pobre e torto,
Escrito à parede ,de vossas alvas casas,
O sonho vai até pelas frestas cerradas.


Pensam que, de vocês sou diferente,
Viajar ,em si mesmo é sermos gigantes,
E foi por ti, que ,negra curti ,morena tez.

Jorge Santos

Mal feito

não me peçam "por favor" para ser perfeito,
se todos...todos os errros são meus...meus ..."por defeito"
não me estendam a mão "por jeito,"
é maldição que o tenho aqui no fundo do peito
e mil de mil horrores por desvendar,
mas nunca... serei um "amor-perfeito"
sou e serei sempre o"trinta por uma linha"
lutei por tudo ...com toda...toda a força que tinha...
.nunca fui eleito de verdade nem de piedade ...
não quero... não quero.


Mas não é..o."Por Amor de Deus"... "com que jeito".!!!..
não é defeito.....não é defeito ...não.....
é ...a minha...alma desalinhada ....
é só...só falta de preceito ....
pois se tudo...tudo... em mim é contrafeito...
deixem-me sofrer.mais... e mais
..para ser mais eu... talvez mais honesto...
num simples gesto..e....zás.....
.ainda mais... e mais... e mais.."Mal feito"

Vida Dedragão...



Em tempos muito muito idos,
contam os mais velhos e antigos,
vivia no poderoso reino de Aragão,
um tal grande , real e vil Dedragão.


De seu nome....


Habitava solitário na bruma
dos bem altos montes pirinéus,
grande e vasta era sua fama,
e muito saborosos os seus pitéus.


não passava fome....


Cultivava em maravilhosa leiras
salsa ,cebolinho hortelã e alho
e outras hortaliças mais viçosas,
à custa de suor e muito trabalho.


De cada canteiro colhia uma pitada
que de imediato cozinhava na panela,
com borrego açafrão e noz-moscada
compunha sabores do arco-da-velha .


Tal como um poeta cultiva simples palavras ,
ele apreciava com prazer pequenas receitas.


Fogo não deitava lá muito pela boca,
como aos outros dragões era hábito,
mas tão nauseabundo era o hálito,
que o rei condenou por lei real,... à forca.


Não se podia estar ,em baixo, na cidade,
cão e gato à muito a tinham abandonado,
tão fedorento era o pivete malfadado,
os gentios pediam -matem-no por piedade


De longe ,muito longe chegou um glorioso cavaleiro
homem grande valente e muito muito corajoso
quer ele quer o cavalo rocineiro não possuiam cheiro
mas tinha um grande , grande problema ,era guloso


agora contem voçês o resto.....

Jorge Santos

O outro lado dos espelhos...



Á Chegada do nevoeiro
Na cidade imersa
Em sonhos,
Saiu sonolento dos espelhos,
Lá para os lados das rainhas de copas,
Dos nus Saddus
Envoltos de címbalos e sons deliciosos,
Canelas açafrão , caril e fragãnçias
De cores bem diferentes .
No ar devoção , incensos,
ladainhas de monges,

Mantras...


E charcos pejados de moscas,
Cheiros a fezes e a gentes
Dormindo ao relento.
Pela suja praça e caminhos
Mães vendendo filhas
Adolescentes,
Acotovelam-se nas estações,
No autocarro pleno e tardio .
Moribundos prostrados sob pontes
estendem as mãos ....

Do outro lado dos espelhos....

Jorge santos

Arco Iris...Mentiroso...



Despedi o Arco Iris,
Depois
Pintei de varias cores,
Todas as flores,
Em Tons fortes,
Primaveris,
E Outonais,
Sonhos azuis,
E verdes
Pistacchio,
O Verde dos Arrozais ,
Nos quadros vazios,
Nas Paredes ,aniz,
Os Vermelhos vivos,
De Efeitos Matiz,
Lembrando lindos
Postais,
Falso Arco Iris
fizes-te-me acreditar,
durante anos
que não sabia pintar......

Jorge Santos

Veneno



Veneno pronto a usar...




Versejar mal ,
fácil e desmesurado
Prosa simples,
Sem devaneio
nem desembaraço.
Eis-me de todo...
Nu,....
Magro e feio,...
Algo cansado,
Sem historia,
Futura... ou passado
Recente...
De corpo e alma
Bastante agitado,
Tudo isto mal misturado,
Quanto baste para ser,
Veneno caseiro
Mal usado


...J.santos....

sou eu

Phyllis Feitiçeira ...



Phyllis

Feiticeira,
Cor Framboesa,
Corpo Princeza.
Dormes beira de mim,
Partilhas o vinho tinto,
E o destino...
És a pressa....
Sentes a briza,
No Jasmim ,
A lagrima
E o verde jardim ,
Es promessa,
Mariposa
Inteira,
Asas queimadas.

Eu serei quimera... ?
Serei feitiço,... ?

Feiticeira,
Não me esqueças....

Teu  Jorge Santos .Buzardo...

Sebastião da Gama







Gripe ou Constipação

Meio Limão e uma colher de mel,

num grande copo de leite,

mistura-se bem

energicamente

com uma colher,

junta-se aguardente

q.b.,

bebe-se quente,

já na cama .

Não ha gripe,

De ave ,,

Nem a que.... gente

De bem.... tambem tem,

Que aguente,
O corpo fica

palete de todas as cores ,

mas amanha ,

já acabaram as dores....

um novo dia começa

e tudo parece diferente....Pois bem
Gripe ,Constipação

Ou arrepio de Frio,
Cura-se Sempre ,Com meio limão,
mel,Aguardente
e Leite

Jorge santos

Methamorfosys....






......Pavon...
..Karpe Diem.......
Chang-ri-la...Namasté...
.Dolma .....
.Acebo...Gata...Santiago....Somport..
.Shallom...Alla...Takelamagan Shamo...Kashgar...Amina...
Núria...Kulun...Xinjiang...
.Jamila...Alima...Jahas...Tarim Basin...Mustapha...Karim..
.Andorinhão...Muir...Tsang...Atushi......
.Taberna Encantada...Hoyos......
.Zurban.....Kizilu Kirghiz...Artux.
..Gobi...Turfan...Potala...Kailash...


....Mandala de papel....Villamiel
Todos os Nomes Encantados ,
Que Viajam clandestinos na minha pele,
Saltitam e brincam ,nas pontas dos meus dedos ,
são todos meus filhos.. ...


TODOS...............


Os das casas douradas ..
Os meninos de oiro...
E os encarcerados nas masmorras ...
Os soterrados nas minas ,
Os descriminados pela cor
Branca , Preta ou Amarela.....
Esquecidas vidas ....
Esquecidos...todos nós...


Os que levam para casa
apenas o trabalho
no coiro....e porrada ...
E o Dinheiro que nunca chega
sequer para comer....
E os dos castelos de torres altas
com ameias. .... Douradas


Esqueço-me eu todavia deles... .......................................


Do sobrevivente nas ruínas e nas casa feias, ....
Dos Que não sabem ler..para quê?.. dizem eles..
Têm razão...?!
E os que nunca quiseram ser...nada
Para quê?
Do Vagabundo com carrinho de bebé
que nem o nome sei....
Da velha Louca que canta o fado na rua
completamente torta....por vezes nua..
E bêbada.....
E do pai que viola a filha ..
Por divertimento,....
Do estripador esfaqueado á porta do bordel,
Que já nem é acontecimento....
Do rastilho sorrateiro que explode,
Incendeia carro , contentor de lixo..
Do assaltante de banco com reféns...
De "liberdade""grandiosa" mas podre
por dentro ....
De vidas perdidas a todo instante,...
a todo o momento...
Do car-jacking...
Violento ....
De fome por matar...
E matar a fome...
No bairro pobre ..
Do lamento ...
Da exclusão social ...
(social ?'' ah. ..ah ..ah... )
Por explodir..
Da morte sem fim ...
Do sofrimento
Sem causa
E sem princípios , ....
Morte com princípios ?..
essa é boa !!!)
........Só na GUERRA,...a outra...
Com maiúsculas,....
Defendendo os poderosos e
Os sem rosto,
Das ameias dos altos Castelos,..
Das torres douradas
Com Belas-Vistas......
Essas sim...belas.. ...vistas...
Dos homens com medo....
Não as dos Feios ,Tortos ,
Doentes e Remendados...
e alguns perigosos criminosos...


.... Qual será o homem novo
que há-de vir....A Sair ...Daqui
.deste Casulo..............Crisália ou Larva repugnante


Jorge Santos

Pulquério Andorinhão





Pulquerio o andorinhão
o vendedor de palavras


Pulquério de poucas sílabas,
Muita imaginação,
Corre ,voa nas madrugadas
Tardias, nas manhãs atrasadas
Nas densas nuvens lembrando mar
A cobrir indeléveis, douradas ,
A Serra mãe de mil e uma alvoradas
Do Poleiro diário assistia
Quase sempre
Ao ausente registo
De ilhas talvez terrenas
Muitas vezes eternas
Realidades fractais,
Singularidades cósmicas,
Às mudanças de estação
Apesar de sempre vistas,
Aquele indecifrável momento
Colocava-o sempre em êxtase.


Filho de pai Carteiro
E outras profissões
Passava noites e serões
Lendo o que para destinatários
Só letras era,
Nunca uma só carta distribuiu
Para si tudo guardara ,
Era tamanha a fixação
Que com todas ficou.
Tantas estorias
Exactamente ...Todas as palavras
Pulquério consigo guardou
Numa caixinha para
Mais tarde vender
...A retalho
Eram Palavras notáveis
Como saudade
Um e dois ...
Três e quatro
Sambas, rumbas
Fados, ritmos latinos
Notas musicais ,
Ofertas de trabalho ,
Grandes e pequenos destinos ,
Até obsessão por dançar ,
Escalar ,subir correr, amar,
Mais tarde tudo vendeu ,
Foi-se o legado de seu Pai ,
Correu Mundo ,
Vendeu tudo ,
Sem nada ficou
Morreu surdo e mudo….
Um conselho:
Dá as palavras ,
Mas com os lábios fechados ,
Como num beijo profundo,
a alma aberta
Mas guarda sempre uma
Para ti……
A última
A certa


Jorge Santos

Mena




M ariposa calma,
A mena viagem,
R iso contido e
I ngénuo,
P ousou
O usado
S obre minha
A rdente quente face...





Jorge Santos

tradutor

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